Abstract
A raiva é uma das zoonoses mais relevantes para a saúde pública devido ao seu elevado grau de letalidade e transmissão entre mamíferos. As mordeduras, arranhaduras, lambeduras e aerossóis causados por animais, especialmente cães e gatos, em áreas urbanas, são motivo de grande preocupação devido a possibilidade de transmissão, no caso do hospedeiro estar infectado. Sendo praticamente 100% letal, a vacinação antirrábica animal e humana é de suma importância. A profilaxia pré-exposição, por meio da vacinação, é altamente recomendada para animais e profissionais com risco de exposição. Já a proflaxia pós-exposição, é recomendada a pessoas que acidentalmente se expuserem ao vírus, associando vacinação-soroterapia antirrábica. Segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil, no período de 2010-2021, foram registrados 40 casos de raiva humana. O ciclo urbano brasileiro vem sendo controlado, mas a raiva continua endêmica. Cabe ressaltar, que até julho de 2022, seis casos de raiva humana foram confirmados: cinco casos em Minas Gerais/MG e um caso no Distrito Federal/DF. Neste contexto, considerando a relevância do tema, o Grupo de Estudos e Pesquisas em Zoonoses e Saúde Única do Centro Universitário Newton Paiva – Belo Horizonte/MG vem desenvolvendo um projeto que tem por objetivo proporcionar dados epidemiológicos e educação em saúde sobre o tema. Para tal, além da pesquisa da literatura científica sobre a zoonose, foi realizado em parceria com a Fundação Ezequiel Dias/MG, um estudo do perfil sorológico de anticorpos neutralizantes contra o vírus da raiva em 103 animais de companhia, cães (n= 83) e gatos (n=20), atendidos na Clínica-Escola de Medicina Veterinária da Instituição, no período de março a novembro de 2020. O estudo mostrou que 84,5% (87/103) dos animais atendidos apresentaram títulos protetores, ou seja, um percentual de imunização satisfatório.