Relações entre ansiedade-estado pré-competitiva e performance esportiva em atletas do voleibol feminino de base

Abstract

O voleibol é um dos esportes de alto rendimento mais praticados e assistidos mundialmente. Devido a essa grande magnitude e prestígio que a modalidade alcançou, uma boa preparação por parte dos atletas vem sendo cada vez mais necessária. Além da preparação e treinamentos para os aspectos físicos, técnicos e táticos que são muito importantes, os fatores psicológicos também possuem grande relevância no processo de preparação competitiva. O estado emocional se altera em períodos pré-competitivos, gerando uma ansiedade por parte dos competidores em relação a sua performance nas partidas. Considerando a relevância destes aspectos, o presente estudo teve como objetivo relacionar os níveis de ansiedade-estado pré-competitiva com a performance esportiva em atletas do voleibol feminino de base. Participaram deste estudo 14 atletas de voleibol, das categorias de base Sub-16, com idades entre 14 e 16 anos, integrantes de um clube do interior do Rio Grande do Sul. As informações sobre as atletas e a coleta de dados foi realizada a partir de informações contidas no banco de dados que a equipe possui. Para este estudo foram utilizadas e analisadas informações da estreia da equipe no Campeonato Estadual de Voleibol de 2022, na primeira etapa da competição, onde disputou quatro partidas. As informações coletadas foram sobre o desempenho técnico a partir da “Ficha de Registro de Ações Finais”, além de dados sobre o estado de ansiedade pré-competitiva, coletados através do questionário CSAI-2. Conforme os resultados obtidos, no que se refere ao desempenho técnico, a média de eficiência apresentada pela equipe foi negativa -5,25 pontos. Já sobre os níveis de ansiedade-estado em cada um dos seus domínios, o componente cognitivo apresentou uma média de 31 pontos, sendo considerado um alto nível de ansiedade; no componente somático 21,3 pontos, sendo considerado um médio nível de ansiedade e a autoconfiança com 21,1 pontos, ficando classificada em um médio nível neste quesito. Ao avaliar os dados estatísticos e se os níveis de ansiedade-estado interferem no desempenho do voleibol, a análise estatística demonstrou que a ansiedade cognitiva pode influenciar nos pontos pró p=0.02; R²=9% e nos erros diretos p=0.04; R²=5%. Conclui-se que há relação entre a ansiedade-estado pré-competitiva no componente cognitivo e a performance esportiva em atletas do voleibol feminino de base.