Abstract
Paralisia Cerebral (PC) é uma desordem neurológica que ocorre em crianças de 0 até 5 anos de idade, podendo resultar em comprometimento importante nos sistemas neuro motor, musculoesquelético, sensorial, visual, cardio respiratório e gastrointestinal. O comprometimento visual pode acarretar déficit no desenvolvimento cognitivo e motor, devido a limitação da percepção espacial e sensorial que a baixa visão provoca. Em vista dos problemas apresentados pela PC e da baixa visão, a tecnologia assistiva (TA) surge como um recurso que melhora a capacidade funcional e a interação com o ambiente. Essa pesquisa teve como objetivo desenvolver uma revisão que procurou mostrar como a TA melhora a saúde e a qualidade de vida da criança afetada. As fontes científicas utilizadas nessa pesquisa foram as seguintes: Lilacs, Scielo, PubMed e Elsevier, no qual obteve-se informações das TAs aplicadas às crianças com PC associados a baixa visão e da relevância do tratamento precoce e integral. Destacam-se a necessidade de um ambiente com intensidade luminosa controlada, brinquedos com sons e formas adaptadas com texturas diferenciadas permitindo o manuseio e a interação dos olhos, mãos e ambiente. Esses recursos tecnológicos produzem maior adaptabilidade da visão, motora, percepção sensorial, etc. Ficou constatado que a intervenção precoce interdisciplinar com uso dos recursos mencionados, reduz os efeitos causados pela PC e baixa visão, favorecendo o desenvolvimento neuropsicomotor da criança. Essa pesquisa possui o potencial para agregar novos conceitos e aplicações nas atividades terapêuticas desenvolvidas.
References
ALBUQUERQUE, R.C, Alves J.G.B. Estimulação visual como recurso terapêutico ocupacional em crianças com distúrbios visuais em hospital infantil de referência do Recife, PE, Brasil. Temas desenvolv. 2003 Set./Out; 12 (70): 42-45.
AMIRALIAN, M.L.T.M. Sou cego ou enxergo? As questões da Baixa Visão. In: EDUCAR EM REVISTA. Curitiba, PR: Ed. UFPR, n. 23, 2004. p. 15-27.
BAKDASHAND, J.Z; Marusich, L.R. “Repeated measures correlation,” Frontiers in Psychology, v. 8, p.1–13, 2017.
BAX M, Goldstein M, Rosenbaum P, Levington A, Paneth N, Jacobsson B, Damiano D. Proposed definition and classification of cerebral palsy, April 2005. Dev Med Child Neurol, 2005; 47: 8571–76.
CASTELLANO, G.B.; Freire, R.M.A.C. O diagnóstico fonoaudiológico na paralisia cerebral: o sujeito entre a fala e a escuta. Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica, [s.l.], v. 17, n. 1, p.117-134, jun. 2014. Fap UNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1516-14982014000100008.
DONKER, S.F; Ledebt A; Roerdink M; Savelsbergh, G.J.P; Beek, P.J. Childrenwith cerebral palsy exhibit greater and more regular postural sway than typically developing children. ExpBrain Res, 2008; 184: 363–70.
DA SILVA, M; Maria, S; Da Costa, R; Da Piedade, M. Brinquedos adaptados na estimulação de crianças pequenas, com baixa visão. Boletim Academia Paulista de Psicologia, v. 31, n. 81, p. 496-509. Academia Paulista de Psicologia São Paulo, Brasil, julho-dezembro. 2011.
EFFGEN, S.K. Fisioterapia Pediátrica: atendendo às necessidades das crianças. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
FIGUEIREDO, M.O; Silva, R.B.P; Nobre, M.I.R. Mães de crianças com baixa visão: compreensão sobre o processo de estimulação visual. Rev. psicopedag., São Paulo, v. 28, n. 86, p. 156-166, 2011. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoped/v28n86/06.pdf. Acesso em: 14 jun. 2019.
FUENTE, B. E. L. Atendimento precoce. In: MARTÍN, M. B.; BUENO, S. T. (Coord). Deficiência visual: aspectos psicoevolutivos e educativos. Tradução de Magali de Lourdes Pedro. São Paulo: Santos, 2010. p. 161-175. ultura Médica; 2000.
GOLINELEO, M.T.B. CONCEITO BOBAT: Conceito Básico Pediátrico de Tratamento Neuroevolutivo, Rio de Janeiro, 2019.
GORMLEY, M.E Jr.: Treatment Of neuromuscular and musculoskeletal problems in cerebral palsy. PediatrRehabil, 2001; 4: 5–16.
KURZ, M. J. Heinrichs-Graham, E. Arpin, DJ. Becker, KM and Wilson, TW. “Aberrant Synchrony in the somatosensory cortices predicts motor performance errors in children with cerebral palsy,” JournalofNeurophysiology, v. 111, n. 3, p. 573–579, 2014.
LAW M; King G; King S; Kertoy M; Hurley P; Rosenbaum P; Young N; Hanna S. Patterns of participation in recreational and leisure activities among children with complex physical disabilities. Dev Med Child Neurol. 2006; 48 (5): 337-42. PMID: 16608540, DOI: 10.1017/S001.216.2206000740.
MILBRATH, V.M, Siqueira H.C.H, Motta M.G.C, Amestoy S.C. Família da criança com paralisia cerebral: percepção sobre as orientações da equipe de saúde. Texto Contexto Enferm. 2012;21 (4):921-8.
MOTTA, M. P. Marchiore, L. M. & Pinto, J. H. (2008) Confecção de brinquedo adaptado: uma proposta de intervenção da terapia ocupacional com crianças de baixa visão. O Mundo da Saúde, v. 32, (nº. 2), p. 139-145.
NOBRE, M.I.R, Temporini E.R, Kara-José N, Montilha R.C.I. Deficiência visual de escolares: percepção de mães. Temas Desenvolv. 2001; 55 (10): 24-7.
NOBRE, M.I.R.S; Gagliardo, H.G.R.G; Carvalho, K.M; Botega, M.B.S; Sampaio, P.R. Múltipla Deficiência e Baixa Visão. Rev. Neurociências, Campinas, v. 3, n. 6, p.111-113, 1998. Disponível em: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/1998/RN%2006%2003/Pages%20from%20RN%2006%2003 - 3.pdf. Acesso em: 12 jun. 2019.
OLIVEIRA, A.I.A. Garotti, MF.; Sá, N.M.C.M. Tecnologia de Ensino e Tecnologia Assistiva no Ensino de Crianças com Paralisia Cerebral. Ciências & Cognição, [S.l.], v. 13, n. 3, p. 243-262, abr. 2009. ISSN 1806-5821. Disponível em: http://www.cienciasecognicao.org/revista/index.php/cec/article/view/78/72. Acesso em: 14 jun. 2019.
PELOSI, M.B. (2000) A comunicação alternativa e ampliada nas escolas do Rio de Janeiro: Formação de professores e caracterização dos alunos com necessidades especiais. Rio de Janeiro: (Dissertação de Mestrado em Educação). Universidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
ROCHA, A.N.D.C; Deliberato, D; Tecnologia assistiva para a criança com paralisia cerebral na escola: identificação das necessidades. Revista Brasileira de Educação Especial, [s.l.], v. 18, n. 1, p.71-92, mar. 2012. Fap UNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1413-65382012000100006.
ROCHA, A.N.D.C; Deliberato, D; Araújo, R.C.T. Procedimentos para a prescrição dos recursos de tecnologia assistiva para alunos da educação infantil com paralisia cerebral. Revista Educação Especial, Santa Maria, p. 691-708, set. 2015. ISSN 1984-686X. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/14398. Acesso em: 17 jun. 2019. doi:http://dx.doi.org/10.5902/1984686X14398.
RODRIGUES, O.M.P.R. (1995). Desempenho de entrada e aprendizagem de leitura: em busca de relação. (Tese de Doutorado) Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.
ROMAGGNOLLI, G.S.E. Inclusão de Alunos Com Baixa Visão na Rede Pública de Ensino Orientação Para Professores. Produção Didático-pedagógica, Paraná, v. 2, n. 1, p. 01-41, 2007. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1109-4.pdf. Acesso em: 14 jun. 2019.
ROSENBAUM, P., Paneth N, Leviton A, Goldstein M, Bax M, Damiano D, Dan B, Jacobsson B. A report: the definition and classification of cerebral palsy. April 2006. Dev Med Child Neurol Suppl. 2007;49 (109):8-14.
SÁ, F.E; Frota, L.M.P.C; Bezerra, S.C; Almeida, A.K.F; Firmino A.L.P. Revista Educação Especial: Perfil Sensório-Motor das Crianças com Baixa Visão Atendidas no Setor de Estimulação Visual do NUTEP. Rev. Fisioter S. Fun, Fortaleza, v. 2, n. 1, p.29-34, Jul. – Dez. 2012. Universidade Federal do Ceará. Disponível em:
SILVA, N.L.P, Dessen M.A. Deficiência mental e família: implicações para o desenvolvimento da criança. Psic Teor e Pesq. 2001;17 (2): 133-41.
SILVA, S. M. M. da. (2009) Brincar na família: benefícios dos guias de orientação para pais ou cuidadores de crianças com deficiência visual na 1ª. Infância. São Luís-MA. Relatório de Pesquisa de Pós-Doutorado. São Carlos. Universidade Federal de São Carlos (p. 1399).
SOARES, F.A. et al. A contribuição da estimulação psicomotora para o processo de independência do deficiente visual. Motri., Vila Real, v. 8, n. 4, p. 16-25, dez. 2012. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-107X2012000400003&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 16 jul. 2019. http://dx.doi.org/10.6063/motricidade. 8(4).1550.
VEITZMAN, S., Visão subnormal. Coleção de Manuais Básicos CBO. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2000.