Primeiro registro de predação por Gymnandrosoma aurantianum Lima, 1927 (Tortricidae: Olethreutinae) em sementes de Lafoensia pacari (Lythraceae) no Brasil
PDF (Português (Brasil))

Keywords

entomologia florestal
danos em sementes
inseto sitófagos

How to Cite

Araldi, D. B., Costa, E. C., Sangiovo, J. P., Tremea, M. G., Pradebon, L. C., Carvalho, I. R., da Silva, J. A. G., & Magano, D. A. (2023). Primeiro registro de predação por Gymnandrosoma aurantianum Lima, 1927 (Tortricidae: Olethreutinae) em sementes de Lafoensia pacari (Lythraceae) no Brasil. Cuadernos De Educación Y Desarrollo, 15(9), 8461–8477. https://doi.org/10.55905/cuadv15n9-027

Abstract

Entre os lepidópteros, Crambidae, Tortricidae e Pyralidae, figuram entre as famílias mais numerosas quanto a espécies que predam sementes. São também generalistas quanto a hábitos alimentares, sendo que a predação de sementes é efetuada principalmente por indivíduos na fase larval. Portanto o micro lepidóptero Gymnandrosoma aurantianum foram registrados pela primeira vez no Sul do Brasil associado a predação de semente da espécie Lafoensia pacari é uma planta de porte arbóreo, pertencente à família Lythraceae, a qual é representada por cerca de 600 espécies distribuídas principalmente nos trópicos, conhecida vulgarmente por dedaleiro. Ocorre nas florestas de altitude e no cerrado, nos estados da Bahia até ao Rio Grande do Sul. Encontrada também no Paraguai e Bolívia. Este trabalho teve como objetivos identificar os insetos associados à predação de sementes de Lafoensia pacari e avaliar o potencial de dano nas sementes bem como o substrato alimentar consumido pelo ataque. Para obtenção dos dados efetuou-se uma coleta de frutos no Centro de Pesquisas Florestais (FEPAGRO/Florestas) no município de Santa Maria, RS. O trabalho de Laboratório foi desenvolvido no Departamento de Defesa Fitossanitária da UFSM. Após o beneficiamento foram separadas em sementes sadias e as sementes que continham orifício de emergência do inseto foram consideradas sementes danificadas. Conforme o total de sementes analisadas, 1375 foram quantificadas em 893 sementes sadias (64,94%) e 482 sementes danificadas (35,05%). Quanto ao cálculo do substrato (massa, testa) de cada lote de sementes, foram consumidos, em média 3,79g de substrato, representando um percentual de perda em 46,60% da massa consumida da massa alimentar. Constatou-se um alto índice de predação nas sementes, sendo inviáveis para propagação do vegetal.

https://doi.org/10.55905/cuadv15n9-027
PDF (Português (Brasil))

References

ADAMSKI, D.; BROWN, J. W. Systematic revision of the Ecdytolopha group of genera (Lepidoptera:Grapholini) in the New World. Entomologica Scandinavica, Supplement, 2001, p. 58-86.

ANDERSEN, A. N. Insect seed predators may cause far greater losses than they appear to. Oikos, Copenhagen, v. 52, p. 337-340, 1988.

BEGON M., TOWNSEND C. R. and HARPER J. L. Ecologia: De Indivíduos a Ecossistemas. Artmed, Porto Alegre. 2007, p. 740.

BENTANCOURT, C. M.; SCATONI, I. B. Biologia de Argyrotaenia sphaleropa (Meyrick, 1909) (Lep., Tortricidae) en condiciones de laboratório. Revista Brasileira de Biologia, São Carlos, v. 46, n. 1, p. 209-216, 1986.

BLANCO-METZLER, H. A. D. WATT E D. COSENS. O efeito do parasitismo sobre a dinâmica populacional da macadâmia nutborer Gymnandrosoma aurantianum (Lepidoptera: Tortricidae). Revista de Biologia Tropical. 57: 1245-1252. 2009.

BOHART, G.E.; KOERBER, T.W. Insects and seed production. Seed Biology. 3:1-53, 1972.

BOSCARDIN, J.; COSTA, E. C.; GARLET, J.; OLIVEIRA, G. G. Primeiro registro de predação por microlepidóptero (Lepidoptera, Tortricidae, Olethreutinae) sobre sementes de Cupania vernalis Cambess. (Sapindaceae) no Sul do Brasil Revista Biotemas, v. 25, n. 3, 2012.

BROWN, J. W. G.; ROBINSON; J. A. POWELL. 2008. Food plant database of the leafrollers of the world (Lepidoptera: Tortricidae) (Version 1.0.0). Disponível em: http://www.tortricidae.com/foodplants.asp. Acesso em: 13 jul. 2023.

CARVALHO, P. E. R. Espécies arbóreas brasileiras. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica e Colombo: Embrapa Florestas, 2006, p. 627.

CARVALHO, P. E. R. Espécies arbóreas Brasileiras. Colombo: Embrapa Florestas, 2003, p. 1040.

CARVALHO, P. E. R. Espécies arbóreas brasileiras. v. 3, 1 ed. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica; Colombo: Embrapa Florestas, 2008, p. 593.

CARVALHO, P.E.R. Espécies florestais brasileiras: recomendações silviculturais, potencialidade e uso da madeira. Brasilia: EMBRAPA, CNPF. Colombo,1994, p. 640.

CRAULEY, M. J. Seed predators and plant population dynamics. In: FENNER, M. (Ed.). Seeds: the ecology of regeneration in the plant communities. Wallingford: CABI Publishing, 1992. p. 157-191.

FUNDECITRUS-FUNDO DE DEFESA DA CITRICULTURA: Bicho – Furão Disponível em: https://www.fundecitrus.com.br/doencas/bicho-furao. Acesso em: 13 jul. 2023.

FERREIRA, F. A. Patologia florestal: principais doenças florestais no Brasil. Viçosa: SIF, 1989, p. 570.

GILLIGAN, T. M., D. J. WRIGHT E L. D. GIBSONtraças Olethreutine do oeste dos Estados Unidos, um guia de identificação. Pesquisa Biológica Ohio, Columbus, Ohio. 2008, p. 334.

JOHNSON, C. D. Interactions between bruchid (Coleoptera) feeding guilds and behavioral patterns of fruits of the Leguminosae. Environmental Entomology. 10: 249-253, 1981.

KERGOAT, G.J.; SILVAIN, J.F.; BURANAPANICHPAN, S.; TUDA, M. When insects help to resolve plant phylogeny: evidence for a paraphyletic genus Acacia from the systematics and host-plant range of their seed-predators. Zoologica Scripta, 36, 2, March 2007, p.143-152.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 2. ed. Nova Odessa: Editora Plantarum, 1998, p. 352.

LORENZI, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 2002, p.197.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992, p. 368.

LORENZI, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 4 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002, v. 1, p. 368.

MARCONDES, C. P. Predação de sementes em Erythrina falcata Benth. Fabaceae - Faboideae: biologia dos insetos predadores e estratégias de compensação da planta. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual do Centro-Oeste, Programa de Pós-Graduação em Biologia Evolutiva, em associação ampla com a Universidade Estadual de Ponta Grossa, 2012 P414p.

MONTEIRO, L. B.; HICKEL, E. Pragas de importância econômica em fruteiras de caroço. In: MONTEIRO, L. B; MAY DE MIO, L. B.; MONTE SERRAT, B.; MOTA, A. C. V.; CUQUEL, F. L. (Ed.). Fruteiras de caroço: uma visão ecológica. Curitiba: Editora UFPR, p. 223-264, 2004.

MORENO, J. A. Clima do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Secretaria da Agricultura, 1961, p. 73.

NOGUEIRA, E. M. L.; ARRUDA, V. L. V. Frutificação e danos em frutos e sementes de Sophora tomentosa L. (Leguminosae, Papilionoideae) em restinga da praia da Joaquina, Florianópolis, SC. Biotemas, Florianópolis, v. 19, n. 4, p. 41-48, 2006.

NORA, I; SUGIURA, T. Pragas da pereira. In: EPAGRI (Ed.). Nashi, a pêra japonesa. Florianópolis: Epagri/Jica, 2001, p. 261-321.

NOTMAN, E.; GORCHOV, D. L. Variation in Post-dispersal Seed Predation in Mature Peruvian Lowland Tropical Forest and Fallow Agricultural Sites. Biotropica. 33(4): 621–636, 2001.

PEREIRA, P. R. V. S; SALVADORI, J. R. Guia para identificação de larvas de Lepidoptera (Pyralidae e Gelechiidae) comumente encontradas em grãos armazenados. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2007, p. 7. (Embrapa Trigo. Comunicado Técnico, 215).

PROENÇA, C.; OLIVEIRA, R.S.; SILVA, A.P. Flores e frutos do cerrado. Brasilia: EdUnB, São Paulo: Imprensa oficial, 2000, p. 226.

SANTOS LW, COELHO MFB, PIRANI FR. Fenologia de Lafoensia pacari A.St.-Hil. (Lythraceae) em Barra do Garças, Mato Grosso, Brasil. Rev bras plantas med;11(1):12–7, 2009.

SARI. L. T.; RIBEIRO-COSTA, C.S. ROPER, J.J. Predação de sementes de Senna multijuga (Rich) H.S. Irwin & Barneby (Caesalpinaceae) por bruquíneos (coleóptera Chrysomelidae). Neotropical Entomology, v.34, n. 3, 521-25, 2005.

SILVA JÚNIOR, M.C. 100 Árvores do cerrado: guia de campo. Brasília: Ed. Rede de sementes do cerrado, 2005, p. 278.

SOUTHGATE B. J Annual Review of Entomology v. 24, n.1, p, 449-473, 1979.

STRECK, E.V.; KÄMPF, N.; DALMOLIN, R.S.D.; KLAMT, E.; NASCIMENTO, P.C. do; SCHNEIDER, P.; GIASSON, E.; PINTO, L.F.S. Solos do Rio Grande do Sul. 2.ed. rev. e ampl. Porto Alegre: Emater/RS, 2008, p. 222.

UNDO, R.S, DUARTE, M.R. Morfoanatomia Foliar e Caulinar de Dedaleiro: Lafoensia pacari A. St.-Hil. (Lythraceae). Disponível em: http://www.latamjpharm.org/trabajos/26/4/LAJOP_26_4_1_6_7R59FL2HOP.pdfAcesso em: 07 jul. 2023.

WINK C, GUEDES JVC, MURARI AB, PELENTIR SC DOS S. Ocorrência de Cryptophlebia carpophagoides CLARKE, 1951 (LEPIDOPTERA: Olethreutidae) em frutos de Timbaúva, Enterolobium contortisiliquum (VELL.) MORONG, no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Ciência Florestal, v.17, n. 1, p. 77-79, 2007.

ZHANG J.; DRUMMOND, F. A.; LIEBMAN M.; HARTKE A. Insect predation of seeds and plant population dynamics. MAFES Technical Bulletin 163, University of Maine. 1997.