Abstract
As quatro entrevistas que fundamentam a reflexão foram desenvolvidas em um projeto que buscava na cidade de Morro Redondo, na região da Serra dos Tapes no sul do Rio Grande do Sul, Brasil, identificar se a tradição doceira colonial conforme o registro no livro dos Saberes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan, em 2018, mantinha-se pelo trabalho feminino, nas diversas etapas dessa produção. As entrevistas semi-estruturadas permitiram que as entrevistadas pontuassem em sua trajetória de vida, referissem o trabalho iniciado muito cedo nas suas vidas e com a ideia de transmissão de um fazer surgiu ou se manteve. Sobre esses relatos, emprega-se o pensamento de Igor Garine que estabelece a relação direta entre alimento e cultura como um distintivo dos modos de viver. As entrevistas apontam a relação entre o fazer o doce e a tradição tanto quanto os conflitos em resistir na terra e na produção de um bem imaterial que expressa as dificuldades da sua manutenção.
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